segunda-feira

As Aventuras... e desventuras do GAJO!

O Sol
A merda do telemóvel toca... é manhã cedo, mais precisamente, são sete da manhã: uhmm, ahhhh, o gajo pega no telemóvel que jaz ao lado do sofá, desligando-o, o televisor continua aceso, emite um daqueles programas da manhã com o trânsito, o tempo e as notícias quentinhas acabadas de cozer; nada disto lhe interessa. Vira-se para para o outro lado, entretanto, entra alguém na sala: são sete da manhã, dispara a sua irmã, enquanto sai.O telemóvel, tornou a tocar, uma e outra vez, repetidamente, todos os dez minutos, o procedimento era invariavelmente o mesmo: desligar. O telemóvel toca mais uma vez, desta vez o gajo viu as horas, 8:00, merda, já não há grande tempo; entretanto já alguém se enfiara na casa de banho, continuva o programa de trânsito, as coisas não estão melhores em Bessa Leite, o trânsito está parado, era o som que saía do quadrado que mostrava uma estrada, daquelas com muitas faixas e pontes e nós, completamente entulhada de carros.- Está claro que hoje, banho, piu! - pensa o gajo, enquanto se dirige para o quarto em busca de uma t-shirt e de umas peúgas.Sai de casa cheio de pressa sem tomar o pequeno almoço, deveria sair às oito e um quarto, já são oito e meia; aterra no café - bom dia, Arminda, um cafézinho, por favor - engole o café e o cigarro, foge para dentro do carro e segue viagem; apanha aquela estrada que está em terra batida porque resolveram alargá-la, são só dois quilómetros e é um atalho do caraças, vai atrás de uma carrinha de uma sociedade de canalizadores, a terra da estrada está ondeada, em especial naquela subida, fazendo saltitar o carro, a carrinha deixa o seu rasto de pó que se deposita no carro e lhe dificulta a visão, de repente, bate-lhe o sol baixo, não vê quase nada, circula devagar, olha para o relógio do carro: ora, foda-se, hoje entro meia hora mais tarde, merda!


A. H. das Neves