La rage
Excelente hip hop... ainda estou para saber de quem é...
O google.fr também não é conclusivo...
Vejam lá isto... e ponham-se aos berros... e aos pulos...
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A comunicação social portuguesa noticiou ontem que o Cardeal James Francis Stafford, Penitenciário-Mor do Vaticano, anunciou, numa cerimónia chamada Rito pela reconciliação dos mais penitentes, realizada na passada terça-feira, na Basílica de São Pedro, os novos pecados dos católicos, a saber: ler jornais, ver televisão e navegar na Internet (sic)
Não sendo eu crente, preocupam-me as consequências que tais afirmações terão em sociedades ultra-católicas, ultra-conservadoras e ultra-reaccionárias como a portuguesa em geral, em particular nas mais ruralizadas e dependentes da igreja, como a de Ourém (onde fica o Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima).
Se um homem conhecer, apenas, uma das facetas de um problema, não terá oportunidade de conhecer o problema por inteiro. É por isto que nos julgamentos há advogados de defesa e de acusação, para que o juiz ou júri possam conhecer ambos os lados do problema. "Teme o homem de um livro só", escreveu Santo Agostinho, um dos pilares filosóficos da filosofia/teologia cristã. [apud Paulo Girão – Trondheim, Noruega no Público].
A igreja deve estar realmente preocupada com a difusão da informação: com um passado (e presente) recheado de vigarices (palavra etimologicamente derivada de vigário), só pode temer o acesso à informação.
Estes novos pecados não são admiração quando esta instituição mantém o Sagrada Congregação da Romana e Universal Inquisição, chamada, desde 1965, de Congregação para a Doutrina da Fé (entre 1908 e 1965 chamou-se Sagrada Congregação do Santo Oficio), presidida pelo Cardeal Ratzinger, até à sua eleição como Papa Bento XVI, ou quando, manteve até 1966 o famoso Index Librorum Prohibitorum.
A Igreja tem a temer a informação, quando é responsável por inúmeras guerras, cruzadas, autos-de-fé, golpes de estado, ou por ter legitimado a escravatura (o pe. António Vieira chegou a ser preso pela Inquisição, por defender que os índios do Brasil não deveriam ser sujeitos à escravatura).
Que moral tem a igreja para impedir o acesso à informação, quando tem o serviço de espionagem “mais eficaz do mundo”, quando é responsável (dizem as más-línguas) por boa parte do tráfico de armas, droga e pessoas?
Não querendo alongar-me demais, termino com uma citação da bíblia católica, (Bíblia Sagrada: Versão dos textos originais. – Difusora Bíblica (Missionários Capuchinhos). - 8ª ed., 1978, Lisboa); com Nihil Obstat de Frei Alcino Costa, Censor, formado pelo Instituto Bíblico de Roma; Imprimi Potest de Frei Victor Arantes da Silva; Provincial dos Padres Capuchinhos; e Imprimatur Lisbonae, 20-V-1976, † António, Cardeal-Patriarca; com o seguinte fac-símile de texto manuscrito: Concedemos Imprimatur à nova edição da Bíblia Sagrada, preparada pelos Rev. Padres Capuchinhos, como acima. † António, Card. Patriarca.
“ «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, formosos por fora, mas por dentro cheitos (sic) de ossos de mortos, e de toda a espécie de imundície»” Mt. 23, 27
Parece que o tal cardeal já deu o dito por não dito...
Por Joost Smiers e Marieke van Schijndel *