segunda-feira

Quem és

Desde o dia em que te vi
Pela primeira vez,
Algo causou estranheza em mim
- Quem és tu? – Perguntei
Ao vento à lua às estrelas
- Quem és tu, afinal?
Tu que vieste…
Inquietar a minha quietude quieta
Desassossegar o meu sossego sossegado
Perturbar o meu mar dos Sargaços
Qual tempestade, qual furacão
Tropical
Despertaste o meu vulcão
Adormecido durante séculos
Fizeste transbordar o copo
Que se manteve cheio até hoje
Com poucas ondulações
Qual adolescente na descoberta
Do seu primeiro amor
As pernas trémulas
O coração palpitante
As mãos, em todo o lado
Menos no lugar onde
Deveriam estar
E sonho…
E sonho…
E sonho…
E sonho…
Espero, anjo da noite
Que a farpa que enviaste
Ao meu coração
Nunca, mas nunca
Seja retirada
Esvair-me-ia em sangue
Que brotaria da ferida aberta,
A minha debilidade
Nunca aguentaria a vida
Neste mundo Feio, Porco e Mau…


A. H. das Neves