quinta-feira

Tamanhas interrogações...


Hoje, dia 1 de Junho, está um belo dia... sol e calor a apelar à praia, bons prenúncios para o Verão que se quer anunciar.
Um Verão igual a tantos, com incêndios e férias judiciais, com os encantos da beleza feminina (ou masculina, para quem goste) bastante observáveis, com aumento de impostos...
Outra vez!...
Que raio de país é este onde vivemos?
Vamos lá ver uma coisa: a gente agora é que tem que pagar pela merda que eles fazem?
Isto agora!
Eles que trabalhem... dêem o corpinho ao manifesto (como mandam dizer muitas vezes aos desempregados e beneficiários do Rendimento Mínimo de Inserção), assumam as suas responsabilidades.
Quando fôr grande, quero ser político: é mais ou menos a mesma coisa do que ser um gestor privado, só que não tens que prestar contas a ninguém; podes fazer com a massa o que bem entenderes, porque, depois, não há crise: o Zé Povo paga.
Aumenta a gasolina, as portagens, o IVA de 12% passa a 19%, o de 19% passa a 21%, o tabaco, 80%, ao que parece (é que não sei se estão a ver, mas quando o gajo do quiosque me pedir €4.50 por um maço de tabaco, eu não vou responder por mim [e o gajo do quiosque não tem culpa nenhuma]).
Há uns anos, antes da chegada do Euro, aí pelo ano de 2000, eu fazia a minha vidinha, excluindo as despesas de habitação, com uns 60 contitos, o que equivale a, traduzindo para Eurês, €300. Agora não me chega o dobro.
Vejamos: os gajos andam a mentir-nos, a inflação não anda em níveis tão baixos quanto aquilo que eles apregoam, o défice é uma boa desculpa para tudo e para nada e a malta a pagar essas diferenças.
Agora, vejam bem, sou, lá, eu que tenho que pagar os 6,85% de défice; são, mas é, maluquinhos (ou melhor, eles malucos não são, querem é fazer de todos nós malucos); a Ferreira Leite que o pague, ou o gajo que esteve antes dela: agora eu? Qual é minha responsabilidade no assunto? Eu assumo as minhas dívidas (que remédio!), mas começo a ficar farto de os ver inimputáveis, porque se fosse eu, já estava com o cú na choldra e com o periquito penhorado, mas como são eles...
Corja maldita...
Filhos de uma grande rameira!
Então, um gajo sai de manhã de casa, toma o pequeno almoço, na generalidade com o IVA a 5%, toma um café a 21% de IVA, fuma um cigarro carregado de impostos, apanha o transporte a 5%, vai trabalhar a 0,3% de aumento, e quando vai almoçar à casa de pasto da esquina, paga 19% de IVA, ou seja, se o grão de bico, as batatas, o bacalhau e o azeite, mais o pão, o vinho e o palito me custarem €5,00, só, assim de repente, vão 95 cêntimos para os ladrões (dava, quase, para mais uma posta). O almoço fora, quando se trabalha, é um bem essencial: devia ter IVA a 5%.
Ele é o IVA, o IRS, o IRC (não o da net), IMsV, o SISA (que agora não sei como se chama), o IsPP, o IA, o Imposto de Selo, e sei lá que mais. Nós pagamos essa merda toda. Eles não, até são pobres, até têm que trabalhar para sobreviver... oportunistas de merda.
Agora, o Estado Português não contrata funcionários públicos: põe os desempregados em planos de ocupação em qualquer serviço público, ou contrata prestadores de serviços(recibos verdes) a tempo inteiro: haja vergonha!...
Por um lado, um desempregado recebe uma percentagem (65%) da média do salário que auferia anteriormente. O Estado quando o põe a trabalhar nestes planos de ocupação, esmera-se e dá-lhe mais 20% do subsídio, transportes, se fôr caso disso, e subsídio de almoço (+/-€3,80/dia [não se come de jeito por menos de €5,00]). Contas feitas, o pessoal não ganha muito com isto, contando com que o plano de ocupação termina no exacto dia em que o direito ao subsídio termina, ou seja, depois um gajo está entalado.
Por outro lado, aquilo que entendo por prestador de serviço é um gajo especialista em qualquer coisa que trabalha em "free-lance" para vários clientes, como se fosse uma empresa. Na prática o Estado chega ao pé de qualquer gajo de cuja especialidade necessite e diz-lhe: temos trabalho para ti, uma avença de X horas por semana, recebes Y à hora, pagas tu (sozinho) os teus impostos e as tuas contribuições, e dás-nos exclusividade, porque há outros à espera.
Isto é que é o exemplo do Estado de direito democrático que se regula por uma Constituição ex-socializante.
Os ricos que paguem a crise, eles é que se vão enchendo à conta destas brincadeiras.
Puta que os pariu a todos...

O gajo...